Homem na Rússia Processa Apple


Homem processa Apple na Rússia após alegar que "virou gay" por causa de um app

Um caso bizarro chamou atenção na Rússia: um homem entrou na Justiça contra a Apple, acusando a empresa de tê-lo "transformado em gay" após usar um aplicativo. O processo, recheado de alegações absurdas, reflete o clima de intolerância e os exageros da legislação anti-LGBT do país 

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"Atualização gay"? Homem culpa Apple por sua orientação sexual

Dmitry Mitushin, um russo que preferiu não revelar sua identidade completa, decidiu processar a gigante de tecnologia em 2023. Segundo ele, depois de usar um aplicativo da Apple em seu iPhone, começou a sentir atração por homens e ter "pensamentos não tradicionais".  

A alegação, que parece saída de uma comédia, foi levada a sério o suficiente para chegar aos tribunais. Mitushin exigiu 1 milhão de rublos (cerca de R$ 60 mil na época) como indenização por "danos morais". Ele argumentou que a Apple supostamente violou as leis russas contra "propaganda LGBT", que criminalizam qualquer conteúdo considerado "promoção de relações não tradicionais" para menores.  

Nas redes sociais, o caso virou piada. Usuários brincaram dizendo que a Apple tinha lançado uma "atualização secreta" que "instalava a homosexualidade" nos iPhones. Outros questionaram: "Será que tem como reverter para a versão hetero?"*l

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Leis anti-LGBT na Rússia: o pano de fundo do absurdo

O processo de Mitushin não é apenas uma história isolada – ele reflete um cenário político tenso. Desde 2013, a Rússia tem leis que proíbem a "propaganda LGBT", e em 2022, o governo ampliou a restrição, banindo qualquer menção a relacionamentos homoafetivos em filmes, livros e até na internet.  

Essas leis, defendidas pelo governo como forma de "proteger valores tradicionais", são frequentemente usadas para perseguir ativistas e censurar discussões sobre direitos LGBTQ+. Para críticos, o caso do homem que "virou gay por causa de um app" é só mais um exemplo do extremismo que essas normas incentivam.  

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Apple não comentou, mas a ciência já respondeu

A Apple nunca se manifestou oficialmente sobre o caso, mas especialistas foram rápidos em apontar o óbvio: **não existe app, atualização ou tecnologia capaz de mudar a orientação sexual de alguém**.  

Psicólogos e pesquisadores lembram que a sexualidade é uma característica complexa, influenciada por fatores biológicos, psicológicos e sociais – e não por um algoritmo ou programa de celular. Se fosse assim, já teríamos apps para "virar hétero", "virar gay" ou qualquer outra coisa, o que obviamente não existe.  

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Tribunal rejeita processo, mas o debate continua

Como era esperado, o caso foi arquivado pela Justiça russa. Não havia qualquer prova concreta de que a Apple tivesse "transformado" Mitushin em gay – até porque isso é impossível.  

Mas o episódio levantou discussões importantes:  
- Até onde vai o discurso anti-LGBT na Rússia?
- Como as leis de censura podem ser usadas para justificar alegações sem sentido? 
- O que acontece quando a desinformação se mistura com o sistema judicial?

Enquanto isso, nas redes, a piada continua: "Será que se ele comprar um Android, volta ao normal?"
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