Contas no Vermelho: Estatais Brasileiras Sofrem Déficit Bilionário em 2024
O ano de 2024 não foi dos mais folgados para as empresas estatais brasileiras. Juntas, elas registraram um baita rombo de R$ 7,2 bilhões. Para se ter uma ideia da dimensão da coisa, esse é o maior resultado negativo apurado nos últimos 22 anos. Uma senhora inversão de jogo para um setor que, em outros tempos, já deu alegrias para as contas públicas. A crise nas estatais brasileiras se aprofunda com déficit bilionário em 2024. O resultado negativo das estatais é o maior em mais de duas décadas.
A conta desse buraco bilionário se divide da seguinte forma: as empresas estatais federais foram responsáveis por R$ 3,3 bilhões desse déficit, o que representa 47% do total. Já as estatais estaduais ficaram com a fatia maior, somando R$ 3,8 bilhões, ou 53% do total. Entre as campeãs de números vermelhos, algumas figurinhas já conhecidas chamam a atenção ¹. A distribuição do déficit entre estatais federais e estaduais mostra um cenário preocupante. Empresas como Correios, Emgepron, Dataprev e Serpro apresentaram déficits significativos.
Os Correios, por exemplo, tiveram um rombo de R$ 1,5 bilhão. A Emgepron, empresa ligada a projetos navais, amargou um déficit de R$ 0,7 bilhão. Já a Dataprev e o Serpro, importantes no processamento de dados, registraram déficits de R$ 0,4 bilhão cada uma ¹. Essa situação levanta uma preocupação séria sobre a saúde financeira dessas entidades e o impacto que isso pode ter nas contas públicas como um todo. O déficit dos Correios é um dos maiores entre as estatais. A situação financeira da Emgepron, Dataprev e Serpro também preocupa.
Para cobrir esse buraco nas contas, pode ser que o Tesouro Nacional precise abrir a carteira, o que, inevitavelmente, pode afetar outras áreas importantes do governo, como a saúde e a segurança pública. É importante ressaltar, porém, que parte desse déficit pode ser resultado de investimentos estratégicos que as empresas fizeram, e não necessariamente de uma má gestão ¹. Ou seja, nem todo o vermelho significa ineficiência, mas sim apostas no futuro que ainda não deram o retorno esperado. O Tesouro Nacional pode ser acionado para cobrir o déficit das estatais. Investimentos estratégicos podem explicar parte do resultado negativo.
Por outro lado, nem tudo é notícia ruim. Os dados referentes aos dois primeiros meses de 2025 mostram uma mudança de cenário. As empresas estatais federais, estaduais e municipais apresentaram um déficit consolidado de R$ 707 milhões. Esse valor representa uma queda expressiva de 39,5% em relação ao déficit registrado no mesmo período do ano anterior, segundo os cálculos do Banco Central do Brasil. Uma luz no fim do túnel, mas ainda é cedo para comemorar. O déficit das estatais diminuiu no primeiro bimestre de 2025. O Banco Central apurou uma redução significativa do déficit em relação ao ano anterior.
O fato de as estatais apresentarem resultados negativos pelo terceiro ano seguido acende um alerta para os desafios persistentes na gestão dessas empresas. Vários fatores podem estar contribuindo para essa tendência, desde as complexidades inerentes à administração de empresas estatais até um cenário macroeconômico nem sempre favorável e a execução de grandes investimentos em infraestrutura e projetos estratégicos. A gestão das empresas estatais enfrenta desafios estruturais. O cenário macroeconômico adverso pode impactar o desempenho das estatais. Investimentos em infraestrutura podem gerar déficits temporários.
A expressiva diminuição do déficit no início de 2025 pode ser um sinal de que a gestão das estatais está se tornando mais eficiente ou uma resposta positiva às políticas econômicas implementadas. No entanto, a persistência de resultados negativos, mesmo que em menor escala, reforça a necessidade de superar os problemas estruturais que permeiam a gestão das empresas estatais no Brasil. A busca por eficiência e a superação de desafios estruturais são cruciais para a saúde financeira das estatais brasileiras.