Bolsonaro é Alertado Pelo Centrão Sobre Prisão

Os Sinais do Centrão: O Silêncio que Grita sobre o Futuro de Bolsonaro

A política brasileira é um tabuleiro de xadrez em constante movimento, onde as peças são jogadas com calculismo e, muitas vezes, com uma dose cavalar de pragmatismo. No centro desse jogo, quase como um coringa que se adapta a qualquer naipe, está o Centrão. E agora, segundo leituras atentas que pipocam na imprensa, como a do Bnews, esse grupo poderoso parece ter enviado um “alerta urgente” a Jair Bolsonaro sobre um tema que assombra o ex-presidente: a possibilidade de sua prisão. Mas calma lá, não imagine um telegrama formal ou uma coletiva de imprensa com esse aviso. O recado do Centrão, como sempre, é mais sutil, mais na base da movimentação de bastidores e daquele jeitinho de "quem avisa amigo é". É um silêncio que, para quem entende a linguagem da política em Brasília, grita.
Não se trata de um panfleto distribuído na Esplanada ou um tweet com a hashtag #FicaBolsonaro ou #SaiBolsonaro. O Centrão opera na base da conveniência e da sobrevivência. Para eles, o interesse maior não é a defesa incondicional de uma figura, mas sim a manutenção da sua influência política, dos cargos e, claro, do acesso a recursos que vêm junto com o poder. É uma lógica quase empresarial: se o “produto” Bolsonaro passa a ter um “custo” muito alto ou a representar um risco, a tendência é que o “investimento” nele seja reavaliado. E, no momento, com a crise política e os processos judiciais se avolumando na esteira do ex-presidente, a fatura começa a ficar salgada.

O Pragmatismo Acima de Tudo: A Lógica Implacável do Centrão


Para entender o tal “alerta” do Centrão, a gente precisa mergulhar um pouco na sua filosofia. Esse bloco parlamentar heterogêneo – que reúne dezenas de partidos médios e pequenos – tem uma única ideologia inegociável: o poder. Eles são a "mola mestra" da governança no Brasil. Não importa se o presidente é de esquerda, direita ou centro; o Centrão estará lá, negociando apoio em troca de espaços no governo, ministérios, diretorias de estatais e emendas parlamentares. É uma aliança por conveniência, nunca por convicção ideológica profunda. E isso vale para todos. Para o governo Lula de hoje, para o governo Bolsonaro de ontem, e para qualquer um que venha depois.
Essa característica, que muitos chamam de "fisiologismo", é o que permite ao Centrão transitar por diferentes administrações sem perder a força. Em momentos de instabilidade, como a que Bolsonaro vive agora com as investigações sobre os presentes sauditas, a atuação da Polícia Federal e as acusações de golpe, o Centrão liga o sinal de alerta. Eles avaliam riscos. Se uma figura se torna um peso morto ou, pior, um fator de desestabilização para a própria máquina pública, o grupo age. Não é por "amor" ou "ódio", mas por cálculo puro. Eles precisam de um ambiente minimamente estável para continuar atuando e, principalmente, para continuar exercendo sua influência política. Um ex-presidente atrás das grades, por mais que tenha sido aliado, pode gerar um turbilhão que não interessa a ninguém que queira seguir fazendo política com um mínimo de tranquilidade.

A Aliança Que Foi e a Consequência Que Pode Ser

A história recente da relação entre Bolsonaro e o Centrão é um bom termômetro dessa dinâmica. Nos primeiros anos de mandato, Bolsonaro, avesso à "velha política", tentou governar sem o apoio formal do bloco. Foi um período de intensa dificuldade para aprovar projetos no Congresso. Lembremos daquele começo travado. Mas, o presidente logo percebeu que, para ter alguma governabilidade e evitar um possível impeachment, precisaria do Centrão. E a aliança veio, a peso de ouro, com cargos ministeriais importantes e a distribuição de emendas. O ex-presidente, que antes criticava a "toma lá, dá cá", se rendeu à lógica de Brasília. E essa união garantiu a ele um respiro político, blindando-o de diversas tentativas de desgaste.

Agora, o cenário é outro. Bolsonaro não está mais no Palácio do Planalto, e o poder de barganha diminuiu drasticamente. Ele não tem mais a caneta para assinar nomeações ou liberar verbas. O que resta são os processos judiciais. E eles não são poucos: desde a investigação sobre os presentes sauditas, passando pela atuação da Polícia Federal no caso das joias, até as acusações de tentativa de golpe de estado e fraude em cartões de vacinação. Cada nova diligência, cada novo depoimento, cada vazamento de informação da PF acende uma nova luz amarela para o entorno de Bolsonaro. E, claro, para o Centrão, que observa tudo de camarote. O Bnews e outros veículos têm mostrado essa apreensão que permeia o ambiente político.

O Que Implicaria uma Prisão e Onde Fica o Centrão Nisso Tudo?


Pensar numa eventual prisão de Bolsonaro é entrar em um terreno movediço. Para além do impacto jurídico e pessoal, seria um terremoto político. A direita brasileira, que ainda se organiza em torno da figura do ex-presidente, precisaria encontrar novos caminhos. O bolsonarismo, como movimento, seria testado. E é aí que entra o Centrão. Eles não têm apego ideológico a Bolsonaro. O que eles tinham era um acordo. Se Bolsonaro se torna um ativo tóxico, que atrai mais problemas do que soluções, o Centrão simplesmente "desembarca". Não é uma traição, na visão deles; é apenas a adaptação às novas circunstâncias.

A prioridade do Centrão sempre será a estabilidade política mínima para que o Congresso possa continuar funcionando, os cargos serem distribuídos e o orçamento ser gerenciado. Um ex-presidente preso geraria um nível de polarização e radicalização que talvez não interesse ao grupo, que prefere a negociação aos embates abertos. Eles não vão querer ser arrastados para um cenário de turbulência incontrolável. Por isso, o "alerta" – essa leitura de bastidores – é tão significativo. Ele indica que o Centrão já está calculando os próximos passos, e esses passos provavelmente não incluirão um esforço hercúleo para proteger alguém que, para eles, pode ter se tornado um problema de difícil solução. A bola agora está no campo da justiça, e o Centrão, como sempre, vai observar e se adaptar, sempre em busca de seu próprio benefício.
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